Overcoming Challenges, My First Job [EN/PT]

[EN]

I worked for the first time in a paid job when I was 15 years old. At that time, I really needed an income to help at home; my stepfather had passed away not long ago, and he was the financial pillar of my family. My mother had always worked very hard, but with my brother being only a few months old, things became tight, and she didn't have many options.

Then, an opportunity arose for work in a neighboring town. It wasn't a high-paying job, but it would help cover the expenses. An elderly gentleman needed someone to take care of his farm. Mr. Leonardo was a very friendly old man, kind-hearted and patient with me. Despite having worked since I was only 11 years old, this was a new task for me. Mr. Leonardo's farm was large, with a lot of work to be done, and I was there only part-time. There were things I didn't know how to do very well, but he patiently taught me what needed to be done.

I was very young and already carrying a heavy burden on my shoulders. I put a lot of effort into the work because I needed that job. Although it was simple, it required a lot of physical exertion. I cleaned the yard, took care of the animals, tended to the garden, and so on. Since this job was in another town, I would wake up very early and cycle eight kilometers to get there, and eight kilometers back. It was quite exhausting, and I still helped with household chores and studied at night.

But it was a great joy when I received my first payment; I remember it as if it were yesterday. I felt like a real man when I made a small purchase for my home and helped pay some overdue bills. I'm sure my mother was very proud and felt a bit more secure knowing that I could help her and that she wasn't alone in that difficult moment.

I could have taken the money from my first paycheck and bought something I desired, something frivolous, but I knew it was my duty to contribute to the needs of that moment. Deep down, I knew that situation was temporary and that in the future, I would be rewarded, but not financially. Today, I harvest a lesson from that time of scarcity; I built my character with that attitude, and now I value what I can be for the people I love and I know I'm capable of making a difference in other people's lives.

Sometimes we think we're contributing very little, but it all depends on the proportions of what we have and what we're willing to give. Back then, in that job where I didn't have much to offer, I gave it my all, and in the end, the one most grateful for everything is me. This shaped my character.

[PT]

Eu trabalhei pela primeira vez de forma remunerada quando tinha 15 anos. Nessa época, eu necessitava muito de uma renda para ajudar em casa, meu padrasto tinha falecido há pouco tempo e ele era a base financeira da minha família. Minha mãe sempre trabalhou muito, mas como meu irmão tinha poucos meses de vida, as coisas ficaram apertadas e ela não tinha muito o que fazer.

Então, surgiu uma oportunidade de trabalho em uma cidade vizinha. Não era um trabalho que pagava muito, mas iria ajudar a pagar as despesas. Um senhor precisava de alguém para cuidar da sua granja. Sr. Leonardo era um velhinho muito simpático, de bom coração e também muito paciente comigo. Apesar de eu trabalhar desde quando tinha apenas 11 anos, essa era uma tarefa nova para mim. A granja do Sr. Leonardo era grande, tinha muito serviço a ser feito e eu ficava lá apenas por meio expediente. Algumas coisas eu não sabia fazer muito bem, mas ele me ensinava com muita paciência o que deveria ser feito.

Eu era muito novo e já carregava um fardo grande nas costas. Me empenhava muito no trabalho, pois eu precisava daquele emprego. Apesar de ter sido simples, demandava muito esforço físico. Eu limpava o quintal, cuidava dos animais, podava o jardim e etc. Como esse emprego era em outra cidade e eu acordava muito cedo e ia de bicicleta, oito quilômetros para ir e oito quilômetros para voltar. Era bem exaustivo e eu ainda ajudava nas tarefas de casa e estudava à noite.

Mas foi uma alegria grande quando recebi pela primeira vez, eu me lembro disso como se fosse ontem. Eu me senti um homem de verdade quando fiz uma pequena compra para minha casa e ajudei a pagar algumas contas que estavam atrasando. Tenho certeza que minha mãe ficou muito orgulhosa e se sentiu um pouco mais segura quando percebeu que eu poderia ajudá-la e que ela não estava sozinha naquele momento difícil.

Eu poderia pegar o dinheiro do meu primeiro salário e comprar algo que eu desejasse, algo supérfluo, mas eu sabia que era meu dever contribuir com as necessidades daquele momento. Eu sabia, lá no fundo, que aquela situação era passageira e que o no futuro eu seria recompensado, mas não financeiramente. Hoje eu colho uma lição daquele tempo de escassez, eu construí com essa atitude o meu caráter e hoje eu dou valor ao que eu posso ser para as pessoas que eu amo e sei que sou capaz de fazer a diferença na vida de outras pessoas.

Às vezes achamos que estamos contribuindo com pouco, mas tudo está nas proporções do que temos e do que estamos dispostos a doar. Naquela época, naquele emprego que eu não tinha tanto a oferecer, eu ofereci tudo e, no final das contas, quem é mais grato por tudo sou eu. Isso moldou meu caráter.