Métrica Poética - Pássaros caídos

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Primeira edição

Me indicaram seguir carreira de poeta depois que passei a escrever poemas. Continuo gerando alguns por dia. Às vezes, vou postar quatro desses poemas, junto de um breve comentário sobre cada um deles para melhor situar quem os apreciar.

Alguns desses poemas são bem tradicionais, tratando de assuntos do coração, mas muitos, para mim, são anotações científicas. Como um memorando do que um assunto trata. Só que outras pessoas acharam muito bonitas essas anotações formatadas como poesias, e eu gosto muito de encará-las assim, então, mesmo se tratando muito mais de razão do que de coração, gosto MUITO de escrever deste jeito.

Vamos para os poemas de hoje. Acompanham título se lhes foi concedido um.


Este poema é dedicado a pessoas que sacrificaram parte de si após a perda fatal de uma pessoa amada durante um relacionamento.

PÁSSAROS CAÍDOS

Um pássaro imaturo
Tenta voar ao lado
De seu belo par
Mas não consegue

Horrorizado, seu par
Corta as próprias asas
Para, do seu próprio jeito,
Permanecer ao seu lado

Ele observa os céus
E não vê beleza
Nem liberdade

Ela o observa dos céus
E vê beleza
Sem liberdade


Para que servem regras? Realmente são feitas para serem quebradas? Percorro meu raciocínio sobre essa existência?

Regras existem para serem quebradas
Ou seguidas para a boa convivência
Aplicadas no ambiente correto
Geram boa experiência

Regras servem para serem forçadas
Para testar limites e encontrar atalhos
Apenas aproveitando inconsistência
Chegamos a uma melhor experiência

Regras servem para nos orientar
Sabermos como nos comportar
Sabermos como nos modificar

Regras servem para serem quebradas
A passos curtos, evoluir
A passos largos, nos destruir


Okay, eu não trabalho assim, mas me inspirei em tudo o que ouço sobre quem, de fato, ainda não alcançou um emprego digno de folgar o fim de semana inteiro.

SEMANA DO TRABALHADOR

Segunda-feira, dia de
Se afogar na banheira
Recuperar o fôlego
Para a escravidão por vir

Terça-feira, dia de
Aproveitar a promoção
Para vender direitinho
Enriquecer o alto-escalão

Quarta-feira, nada de
Saideira, tem que cumprir
O horário extra do patrão
Já que o colega folgado faltou

Quinta-feira, dia do
Trabalhador incansável
Que só sonha com um emprego
Digno de folgar no sábado

Sexta-feira, dia sem
Folga, merecidamente
Gastando o pouco do pouco
Que se tem para sentir a vida

Sábado, dia para
Rir de piadas Horríveis
De patrões e madames
Aos montes, todos passeiam

Domingo, dia de guarda,
Antecipando a semana a seguir


Este poema é sobre não conseguir falar em uma situação por simplesmente não estar pronto para isso.

Uma palavra não dita
Uma ideia não concebida
Que precisava ser expressa
Sem ser desenvolvida

Um mar de ideias a explicar
Que ainda preciso sentir
Antes de poder refletir
Portanto, escondo

Sem tempo, o impulso domina
Pela pressão da convivência
O ar é preenchido com aparência
E uma reservada de tempestade

Em um campo aberto sem ninguém
Cada pedra abriga uma história
Logo viajarei até este lugar
Para conhecer cada lenda


image source: https://pixabay.com/pt/photos/hora-do-chá-lendo-poesia-lazer-chá-3240766/



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